Um homem de 41 anos foi assassinado na madrugada de ontem em Apucarana. Rafael Machado Bressan, que trabalhava como entregador de aplicativo, foi morto a tiros na Rua Periquito, no Recanto das Araras, que fica na região do Núcleo Habitacional Michel Soni. É o 22º homicídio do ano em Apucarana.
Além de Rafael, uma mulher ficou ferida no tiroteio. Ela foi atingida na perna direita pelos disparos. Conforme a Polícia Militar (PM), a equipe encontrou o homem caído ao lado de uma motocicleta. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para atender as vítimas. O motoboy morreu no local.
Segundo o delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP), de Apucarana, Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, a vítima teria sido morta “de graça”. As investigações apontam que o motoboy foi comprar drogas no local do crime, que é uma biqueira (ponto de venda de entorpecentes). O atirador, que mora em Assaí (SP) e foi a Apucarana para visitar a namorada, estava no endereço usando cocaína e maconha com o traficante quando chegou o Rafael e aconteceram os disparos.
“De acordo com o traficante, ele (a vítima fatal) teria ido ao local para comprar a droga crack, ocasião em que o traficante falou ‘A gente não vende crack aqui, sai fora, sai fora’. Só que o indivíduo que estava lá consumindo droga junto com o traficante se assustou. Achou que o rapaz poderia estar indo para cima deles com a intenção de matá-los. Sacou a arma de fogo e efetuou diversos disparos na direção da vítima”, explicou o delegado.
Conforme Marcus Felipe, após o assassinato, o atirador entrou no endereço e acabou alvejando a mãe do traficante. “Ele começou a atirar nas paredes, pela janela, quando a mãe do traficante acordou. Ela abriu a porta da casa, o indivíduo estava em cima da cama de um dos quartos e efetuou disparos contra ela. Então ela foi alvejada por dois tiros, um em cada perna. Um pegou de raspão e outro transfixou uma das pernas”, relatou.
Ao ser alvejada, mulher conseguiu sair do local com ajuda do filho - traficante e também morador da casa. O atirador contou na oitiva à polícia que foi contido e agredido por populares - vizinhos da mulher. Ele foi detido em flagrante e pode responder por homicídio e tentativa de homicídio.
“Tudo indica que ele [Rafael] morreu de graça, ele não era alvo e não tem nenhuma relação com a ‘guerra do tráfico’. É uma morte que, de certa forma, envolve o tráfico de drogas, porque tudo ocorreu em uma biqueira, mas não tem nada a ver com essa disputa de ponto de venda de drogas que ocorre em Apucarana”, explicou o delegado.
O dono da residência, que foi preso em flagrante por tráfico de drogas, negou que pegou a arma de fogo, que segue sendo procurada pela polícia. (COLABOROU LOUAN BRASILEIRO)