O número de microempreendedores individuais (MEIs) recuou em Apucarana nos últimos seis anos. Em 2019, o município atingiu saldo de 1,1 mil empresas ativas nesta modalidade empresarial, número que caiu para 865 em 2024, queda de 23,5%. No acumulado dos seis anos foram mais de 11,5 mil aberturas de MEIs e 4,6 mil baixas, um saldo de 6,8 mil micro empreendedores ativos no município. Os dados são da Junta Comercial do Paraná (Jucepar).
Consultor do Sebrae, Tiago Cunha, explica que a cidade registrou um aumento expressivo no número de MEIs, especialmente durante a pandemia, quando muitas pessoas encontraram nesse modelo uma forma rápida e acessível de empreender e garantir renda. Mas em 2023, o movimento passou a desacelerar por diversos fatores como dificuldade de manutenção do negócio, melhora no mercado de trabalho com carteira assinada e fiscalização mais rígida.
“Esse recuo tem várias explicações. Primeiro, muita gente abriu MEI em um momento de necessidade e, com o tempo, acabou encerrando o CNPJ por não conseguir manter o negócio. Outro ponto importante é que o mercado de trabalho formal melhorou um pouco, e parte desses empreendedores voltou para empregos com carteira assinada. Além disso, vale destacar que a fiscalização ficou mais rígida. Muitos empreendedores foram desenquadrados por ultrapassarem o limite de faturamento anual ou por exercerem atividades que não se enquadram mais nas regras do MEI. Isso gerou uma migração forçada para outras naturezas jurídicas ou até o fechamento da empresa, o que impactou diretamente no saldo final”, comenta o consultor.
Apesar disso, Cunha afirma que o MEI continua sendo a principal forma de começar um negócio em Apucarana. “O modelo é simples, tem baixo custo e combina com o perfil da economia local, que gira muito em torno do comércio, serviços e da confecção. Para quem está começando, é uma maneira segura e prática de se formalizar”, garante.
INCENTIVO E CAPACITAÇÃO
A diretora da Associação de Micro e Pequenas Empresas (AMPEC) de Apucarana, Victoria Martins, salienta a importância do incentivo e capacitação para os MEIs. Segundo ela, é fundamental ter um plano e buscar metas para que os empreendedores possam crescer de forma correta e responsável. “O objetivo da capacitação é proporcionar um caminho para o crescimento e evolução dos negócios. A ideia é que o empresário que comece como MEI possa progredir e se tornar uma Microempresa (ME) ou uma Empresa de Pequeno Porte (EPP), alcançando assim um nível mais avançado de desenvolvimento empresarial”, afirma.
Victória ressalta que é fundamental cuidar e incentivar os pequenos negócios, pois eles são fundamentais para o desenvolvimento da economia local. “A AMPEC continuará trabalhando para apoiar e capacitar os MEIs, visando o crescimento sustentável e responsável desses empreendedores”, afirma.