O Governo Federal lançou nesta semana o Plano Safra 2025/2026. O pacote total é de R$ 605,2 bilhões voltados para financiamento no setor produtivo. A agricultura familiar ficou com R$ 89 bilhões. Os recursos cobrem custeio, investimento, comercialização, seguro, compras públicas e assistência técnica.
Uma das novidades é que o Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) dobrou o limite de crédito. Agora, o agricultor familiar pode contratar até R$ 100 mil, com juros a partir de 3% ao ano. “Era R$ 50 mil no ano passado. Houve avanço”, disse Donizete Pires, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ivaiporã. “Para investimento, o limite também é de R$ 100 mil, com juros entre 3% e 5%”, detalha
As taxas variam conforme a cultura financiada. Alimentos básicos, voltados para o consumo da população, como arroz, feijão e hortaliças têm crédito mais barato, como forma de garantir segurança alimentar. Já na soja e no milho, consideradas commodities, o juro pode chegar a 8% ao ano.
Outro destaque é o Crédito Fundiário que financia propriedades de até R$ 293 mil, com carência de 3 anos e juros a partir de 0,5% ao ano. “Se o proponente tiver menos de 30 anos, paga juros ainda menores. E quem quita em dia pode ter até 40% de desconto na parcela”, explicou Donizete.
Mesmo com os avanços, Donizete cobrou mudanças. “O teto de renda do Pronaf continua em R$ 500 mil. Muitos agricultores passam um pouco disso e são excluídos, mesmo com pouca terra”, avalia.
Roni Cobianchi, presidente da Cooperativa Agroindustrial Familiar de Ivaiporã (Cooperfavi), avaliou positivamente o plano. Para ele, o crédito reforça o papel das cooperativas e abre espaço para novos mercados.
Segundo Roni, o acesso a crédito e tecnologia deve impulsionar também as agroindústrias. “O produto in natura tem venda, mas o industrializado tem muito mais valor. Esse recurso ajuda o produtor a investir, adquirir equipamentos e melhorar a qualidade”, avalia.