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Região perderá 25 mil habitantes das áreas rurais em duas décadas

Cindy Santos

| Edição de 20 de junho de 2025 | Atualizado em 20 de junho de 2025

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Um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) aponta que a região perderá mais de 25 mil moradores nas áreas rurais, em pouco mais de duas décadas. Atualmente a população rural dos 28 municípios do Vale do Ivaí mais Arapongas é de 41,2 mil habitantes, o equivalente a 8,7% da população total estimada em 474,8 mil. Em 25 anos, o número cairá para 16 mil habitantes, o que corresponderá a 3,4%, ou seja, uma perda de habitantes maior que a população de Jandaia do Sul.

A maior população rural da região está em Rosário do Ivaí, onde metade dos 5,4 mil habitantes vive no campo, o equivalente a 49,5%. No entanto, em pouco mais de duas décadas, mais de 500 pessoas deixarão a zona rural do município.

Rio Branco do Ivaí terá um êxodo rural ainda maior, passando de 1,4 mil pessoas no campo para apenas 113 moradores, o que representará 3,4% do total de moradores do município.

Marumbi terá a maior redução percentual de habitantes no campo, de 338 para 14, uma queda de 96%. O estudo do Ipardes aponta que em 25 anos o município terá a menor proporção de habitantes na zona rural em relação à população total, com apenas 0,3%.

Apucarana, o maior município da região, tem uma das menores populações campestres atuais, com 3,7 mil moradores, que corresponde a apenas 2,8% da população total. Em 2050, a estimativa é que esse número caia para 883 pessoas vivendo em áreas rurais. A menor população rural da região é a de Arapongas com pouco mais de 2,2 mil pessoas, número que recuará para 1,4 mil, o que corresponderá a 1,1% da população total.

Segundo o economista Rogério Ribeiro a redução da população rural é uma tendência tanto nos países em desenvolvimento quanto nos países desenvolvidos, influenciada por fatores como a evolução das técnicas produtivas e os avanços tecnológicos nas atividades rurais. “As atividades, especialmente as agropecuárias, deixaram de ser intensivas em mão de obra para serem intensivas em tecnologia”, analisa.

Ribeiro também destaca que as dificuldades em garantir políticas e serviços públicos para o setor rural, como política habitacional e acesso à informação, intensificaram a migração do rural para o urbano. No entanto, ele acredita que a queda da população rural não afetará atividades que dependem de mão de obra constante, como criação de animais e fruticultura, pois muitos moradores urbanos poderão trabalhar no campo.

“Estamos presenciando uma transformação nas atitudes e comportamentos das pessoas e dos setores produtivos que continuarão vivendo harmoniosamente”, conclui.