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Usinas solares avançam como alternativa de renda no campo

Ana Quimelo

| Edição de 14 de junho de 2024 | Atualizado em 14 de junho de 2024
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'Plantar’ tecnologia e colher energia. A instalação de placas fotovoltaicas está se tornando uma nova oportunidade de renda no campo. O movimento de geração de energia solar, iniciado pela cidade, agora ganhou o campo. Segundo a Copel, em Apucarana, 1.724 novas plantas energéticas foram instaladas na cidade nos últimos cinco anos. A empresa não dimensiona as instalações entre rurais e urbanas, mas uma estimativa do Sindicato Rural de Apucarana aponta para um crescimento de 30% neste tipo de instalação na área rural apenas entre 2023 e o início deste ano.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Apucarana, Geraldo Maronezi, as placas solares estão sendo uma alternativa adotada principalmente por produtores rurais que atuam com granjas e olericultura. “Essa é uma nova atividade que os produtores estão investindo até para ter mais uma renda”, diz, acrescentando que é possível utilizar áreas não utilizadas da propriedade.

Um exemplo em Apucarana é a família Massayoshi Suguiura, proprietária do pesqueiro que leva o mesmo nome na zona leste da cidade. Procurando diversificar, eles arredaram um terreno de 7 hectares para um grupo de empresários de Londrina do ramo solar. “A cultura de soja e milho só é viável para grandes áreas. O motivo de arrendar para uma usina de placas fotovoltaicas é que eles pagam o arrendamento por mês. Isso ajuda muito na nossa atividade, pois temos uma renda mensal, diferente de outras culturas, onde a renda é sazonal e altamente dependente do clima”, conta Edson Massayoshi Suguiura.

Além da oportunidade de maior faturamento, a energia fotovoltaica continua sendo essencial para os produtores rurais por conta da redução de custos, sustentabilidade e valorização do imóvel. A agricultora de Apucarana, Marli da Silva Lichtenco, instalou 11 placas solares em sua propriedade, localizada na estrada Sebastião Piassa. Ela relatou que a ideia surgiu a partir de conversas com outros agricultores, que pontuaram o quanto o investimento compensava. “Minha propriedade estava consumindo muita energia. A conta vinha em torno de R$ 600 a R$ 700 por mês. Hoje em dia, não passa dos R$ 25”, contou.

Colocadas há dois anos e quatro meses, as placas solares já estão completamente pagas. “As placas foram colocadas em cima do telhado de uma edícula, então não cheguei a perder parte do terreno. Mas mesmo se tivesse colocado no chão, com certeza, compensaria”, frisa a agricultora, que explicou ainda que a energia é usada para consumo próprio, manutenção de maquinário e também em uma confecção de camisetas.

Setor demanda áreas maiores

Mauro Eugênio Martins, proprietário de uma empresa do ramo solar de Apucarana explica que a energia solar se tornou uma “oportunidade de investimento” por conta de demanda de mercado. “Estão sendo necessárias áreas maiores para fazer a instalação dos painéis e o mercado energético buscou o agronegócio para essa parceria. Então os agricultores começaram a construir usinas não só para o consumo, mas também para a venda de energia”, detalha o empresário.

Para ele, o investimento fotovoltaico pode ser uma alternativa mais lucrativa para o produtor rural. “Há comparativos de que em uma área de mil metros quadrados, se o agricultor plantar soja ou milho, ele colhe determinado valor em reais. Mas ‘plantando’ painéis solares nessa mesma área, ele pode chegar a faturar de 30 a 35 vezes mais”, exemplifica Martins.