POLÍTICA

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Diocese de Apucarana proíbe campanha eleitoral nas igrejas

Ana Quimelo

| Edição de 22 de maio de 2024 | Atualizado em 22 de maio de 2024
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ADiocese de Apucarana determinou neutralidade nas eleições municipais de 2024 nos 35 municípios e 65 paróquias de sua área de abrangência. Um decreto publicado nesta quarta-feira veta que candidatos a cargos políticos façam qualquer tipo de propaganda eleitoral dentro de igrejas e suas dependências. A determinação também é válida para pastorais e movimentos católicos.

Assinado pelo bispo Dom Carlos José de Oliveira, o decreto informa ainda que a Igreja não deve cooperar para a “exposição” de candidatos ou “qualquer espécie de ilícito eleitoral”. De acordo com o chanceler do bispado, padre Alexandro Freitas, a Igreja deve focar na sua própria missão.

“A participação dos leigos na vida política é muito importante, precisamos da presença de gente com esses valores cristãos nesse meio. Mas a Igreja como instituição precisa manter-se fora, porque sua missão é a de fazer comunhão”, assinalou o chanceler.

O decreto também orienta sobre a participação das lideranças nas próximas eleições municipais. De acordo com o documento, “fica expressamente proibida a filiação partidária por parte de Diáconos e de Presbíteros (padres) incardinados nesta Diocese de Apucarana”.

Aqueles que desejarem participar como candidatos nas eleições municipais deste ano terão seus cargos suspensos pelo período do mandato – independente da vitória ou derrota nas urnas. Nesse período, o sacerdote não terá direito aos benefícios cedidos pela Igreja, como plano de saúde, moradia e até mesmo contribuição previdenciária.

Reconhecendo a figura de influência dos padres e diáconos, a Diocese de Apucarana também decretou que eles não podem manifestar “apoio público ou rejeição a qualquer candidato, de viva voz ou através dos meios de comunicação, sob penalidade de suspensão provisória do ofício ou encargo”.

As eleições municipais em 2024 ocorrerão em 6 de outubro. Os eleitores escolherão os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores para o mandato de 2025 a 2028.

DECRETO IDÊNTICO

Vale lembrar que em 2013 o então bispo da Diocese de Apucarana, Dom Celso Antônio Marchiori, também baixou idêntico decreto proibindo a participação e filiação de padres a partidos políticos e suas candidaturas a cargos eletivos nas eleições de 2014. Naquele ano foram realizadas eleições para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Segundo o bispo argumentou na época, a missão do padre é cuidar da espiritualidade dos fiéis e trabalhar na evangelização das pessoas.