POLÍTICA

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Número de jovens eleitores volta a crescer em ano de eleições municipais

Edison Costa

| Edição de 27 de fevereiro de 2024 | Atualizado em 27 de fevereiro de 2024
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O número de eleitores com idade menor que 18 anos, para os quais o voto é facultativo, cresceu em janeiro de 2024 e interrompeu uma sequência de queda em eleições municipais em nível de Brasil. A última atualização do portal de Estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de janeiro, mostra que o eleitorado com faixa etária de 16 a 17 anos aumentou 14,22% em comparação ao último pleito municipal.

Idêntica tendência tem sido registrada na maioria dos 28 municípios da região de Apucarana, que incluem as 26 cidades da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi) mais Arapongas e Sabáudia. O número de eleitores nessa faixa etária cresceu 21,1% na região, saltando de 1.672 em novembro de 2020 para 2.026 em janeiro deste ano. Em poucos municípios houve queda.

A reversão foi iniciada em 2022, com crescimento de jovens eleitores acima de 51% na comparação com a última eleição geral. Desde 2018, as estatísticas do eleitorado brasileiro habilitado para votar mostram que o número de eleitoras e eleitores cresceu 6,21%, passando de 147 milhões para 156.454.011 de pessoas nas Eleições 2022.

Para a cientista política e doutora pela Universidade de Brasília (UnB) Marcela Machado, o interesse dos jovens brasileiros pela disputa eleitoral pode ser justificado pelo recente histórico da política no país. “As pessoas entenderam que tudo é política. Então não dá para ficar isento”, explica a cientista.

“Falamos sobre política em todas as rodas. As pessoas estão muito mais conscientizadas de que a política é algo que toca a todo mundo, e muito dessa conscientização é por conta das redes sociais: vídeos, ações e linguagens mais palatáveis para atingir esse público”, acrescenta.

O relacionamento dos jovens com a política tem forte relação com o “engajamento” do pleito. “Eleições municipais tratam de temas a nível local, que, às vezes, não se convertem em engajamento. Por conta justamente dessa característica ‘paroquial’ das eleições municipais, as disputas são travadas entre famílias, entre lado ‘a’ e lado ‘b’. Na eleição geral, a tônica é mais social, coletiva. Naturalmente, engaja mais pessoas”, detalha Marcela.

O interesse dos jovens também tem relação com a falta de conhecimento sobre o que faz um prefeito ou vereador, por exemplo. “Toca muito na questão da educação política. Jovens de 16 e 17 anos, se não sabem para que serve, qual é a função, o que vem de um vereador ou o que faz um prefeito, não se estimulam a participar daquele evento democrático”, completa a doutora.

Parte desse crescimento da consciência cidadã dos jovens com o processo eleitoral pode ser atribuída às campanhas lançadas pelo TSE para convidar um e outro grupo etário a se alistar ou regularizar a situação cadastral antes do fechamento do cadastro eleitoral. Esse prazo, em 2022, foi até 4 de maio. (COM ASSESSORIA DO TSE)