OPINIÃO

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Avançar na atenção psicológica é fundamental

Da Redação

| Edição de 15 de outubro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Oferecer um suporte adequado a crianças com alguma dificuldade dentro do ambiente escolar é extremamente importante para promover a inclusão destas pessoas na sociedade desde cedo. Por isso, o aumento no número de alunos com alguma condição especial sendo acompanhados pela Autarquia Municipal de Educação (AME) de Apucarana é algo bastante positivo. A maior parte destas crianças tem como diagnóstico principal o autismo, que ganhou visibilidade ultimamente, mas ainda precisa de atenção por conta do poder público. 

Segundo dados de 2016 da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma a cada 68 crianças tem autismo no mundo. Não há uma causa provável, mas é possível que haja algum fator genético, pois 80% dos casos são em homens. No entanto, há a suspeita de que o problema venha sendo subnotificado em mulheres. Para muitos pesquisadores, meninas e mulheres autistas são vistas pela sociedade apenas como pessoas tímidas e introvertidas, se tornando ‘invisíveis’ por conta disso.
Apesar de ter sido catalogado há mais de 100 anos, o transtorno tem ganhado cada vez mais visibilidade ultimamente, por conta de uma maior precisão no diagnóstico, desenvolvida nas últimas décadas. Por conta deste aumento de visibilidade, o autismo tem sido até mesmo alvo de informações falsas e mentirosas. A principal delas tem a ver com o desenvolvimento do transtorno. Há um mito, que já foi devidamente provado falso por inúmeras pesquisas sérias ao redor do mundo, de que as vacinas seriam capazes de desencadear o autismo em crianças. O fato é que não há relação alguma entre as doses de imunização e o desenvolvimento do transtorno.
Vários avanços foram conquistados ultimamente por pessoas com autismo. Em Apucarana, por exemplo, há uma lei que disponibiliza vagas de estacionamento para pessoas com o problema. As filas preferenciais de lojas e instituições bancárias passaram a receber, além de gestantes, idosos e outros, também autistas.
Em uma sociedade que ainda vê como tabu o acompanhamento psicológico, a atuação da Prefeitura de Apucarana tem sido referência na região e até mesmo no estado. O Centro de Apoio Multiprofissional Escolar (CAME) tem uma equipe multidisciplinar que atua para reforçar esta inclusão, além de dar suporte ao diagnóstico de transtornos e doenças diversos. Mas ainda há muito o que avançar. Que Apucarana continue evoluindo neste sentido e que outros municípios e demais entes públicos sigam o exemplo.