OPINIÃO

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Doação de órgãos é um gesto em defesa da vida

Da Redação

| Edição de 08 de fevereiro de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A conscientização é fundamental para reduzir a fila de espera por transplantes. Dados recentes da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram que o País tem mais de 32 mil pacientes cadastrados em lista de espera para transplante de rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e córnea.

Para receber um órgão, a pessoa precisa estar inscrita em uma lista de espera monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes. O que determina a compatibilidade é o tipo sanguíneo, a dosagem de algumas substâncias colhidas no exame de sangue e características físicas.
O sofrimento dessas pessoas é imenso, por conta dos prejuízos à qualidade de vida e também aos riscos inerentes. Por isso, é importante a divulgação de informações entre a população para aumentar o número de autorizações para captação de órgãos. 
O Paraná iniciou este ano batendo recordes nesse sentido. Em janeiro, atingiu o índice de 50,9 doações de órgãos por milhão de população (pmp). O número é três vezes maior do que a média brasileira, que é de 17 pmp. 
Na Espanha, por exemplo, país que há 27 anos ocupa o primeiro lugar mundial em doações, o índice é de 48 doações por milhão de população. No ranking mundial, como um todo, o Brasil ocupa o 28º lugar.
Muitas negativas familiares são fruto da desinformação sobre o processo de captação e doação de órgãos. Por isso, é fundamental difundir informação e estimular que o assunto seja discutido abertamente dentro de casa. 
Apesar dos bons resultados no Paraná, a falta de anuência da população é um grande problema. Segundo a própria ABTO, de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado. 
Para mudar este quadro, é essencial inserir a temática da doação no cotidiano, dentro das escolas e faculdades de medicina, e também desfazer mitos que circulam entre a população.
A doação de órgãos é possível quando um paciente registra morte encefálica, mas os órgãos continuam funcionando normalmente. Nestes casos, a família é contatada para decidir se os órgãos devem ou não ser captados. 
É um processo seguro, baseado em critérios éticos e que, principalmente, ajuda a salvar e melhorar a qualidade de vida das pessoas beneficiadas. É claro que ninguém espera uma tragédia, mas, caso ocorra, é preciso saber se a vítima gostaria de doar os órgãos. Isso fará a diferença para quem está na fila de espera.