OPINIÃO

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Friboi de piranha

Por Thiago Zardo, escritor e poeta em Apucarana

| Edição de 27 de maio de 2017 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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Eu não votei nessa quadrilha que está aí a saqueando os cofres públicos, não fui responsável por eleger esse bando de feirantes eleitorais, mercenários políticos que transformaram a política num verdadeiro balcão de negócios digno de fim de feira, onde cada um só quer vender seu peixe e legislar em causa própria. Eu não vendi meu voto, não troquei meu voto pelo pagamento de uma conta de luz e não fiz escambo de voto por emprego. 

Não me sinto diretamente nem culpado muito mesmo responsável pela grave crise que está dilacerando o Brasil. E quem votou e ajudou a colocar essa corja no poder deveria no mínimo ficar quieto sem defender o indefensável. Acho até que deveria se envergonhar pela estupidez que fez e pedir desculpas publicamente, assumindo “mea culpa”. 

Ou alguém está feliz com a situação escatológica na qual se encontra o Brasil? É claro que alguns parasitas do estado se beneficiam até com toda essa esbórnia que virou a nação. Um deles é o açougueiro ladrão Joesley Safadão! Que apesar de dever mais de dois bilhões para o INSS conseguiu (propinando políticos corruptos) angariar mais de dez bilhões do BNDES! Quem tenta financiamento no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal sabe que se tiver qualquer pendencia financeira de meros reais, não consegue a liberação do financiamento. Esse caipira estelionatário, o Joesley Safadão, comprou o apoio de quase dois mil políticos por todo o Brasil com dinheiro público, deu golpe no mercado financeiro, está levando parte do agronegócio à bancarrota, e ainda sai ileso!

Ou seja, o cara desossa o BNDES, leva o filé embora e ainda deixa a carcaça abandonada às moscas! E pra piorar, depois do mega show da delação de Joesley Safadão, ainda teve a ressaca política. Um quebra-quebra geral em Brasília promovido por vândalos que se escondem atrás de bandeiras vermelhas e quebram tudo o que veem pela frente. Povinho que não passa de massa de manobra comprada com pão com mortadela, pau-mandados de sindicalistas que usam Rolex e só andam em jatinhos particulares.
Entretanto, provavelmente “nunca antes na história desse país” foi nos dado uma chance igual para acabarmos de uma vez por todas com a corrupção. Mesmo que para isso tenhamos que sacrificar alguns bois de piranhas. E pra quem nunca ouviu a expressão eu explico: boi de piranha é um dito popular que designa uma situação onde um bem menor e de pouco valor é sacrificado para que em troca outros bens mais valiosos não sofram dano. Ou seja, antes de atravessar um rio cheio de piranhas, joga-se nele um boi fraco para saciar as piranhas enquanto os outros o atravessam ilesos. 

Deus fez de seu próprio filho um boi de piranha para salvar a humanidade. E se até Jesus foi boi de piranha, por que não transformar esses mercadores de pombos que invadiram o congresso em bois de piranhas? Antes sacrificar toda uma geração de políticos corruptos do que sacrificar o futuro do Brasil! Melhor que sofram duzentos mil funcionários da JBS do que duzentos milhões de brasileiros! E se preciso for, melhor sacrificar três ou quatro presidentes em um só mandato do que deixar a coisa se prolongar “ad aeternum”, “per secula seculorum”, “ad infinitum”... Antes que a vaca vá pro brejo.