OPINIÃO

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Herança das chuvas ainda é desafio em Arapongas

Da redação

| Edição de 13 de setembro de 2018 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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A prefeitura de Arapongas está com duas obras em andamento em pontos distintos da cidade para controle de erosão. O problema que não é recente na cidade, é bom lembrar, se tornou dramático após as chuvas do verão de 2016, quando não apenas os araponguenses, mas moradores de várias cidades do norte do Estado foram afetados em maior ou menor gravidade por enxurradas, alagamentos e muitos prejuízos. 

Em Arapongas, mais de 600 casas foram afetadas, pontes foram levadas, ruas foram destruídas, uma rodovia foi interditada e as crateras avançaram metros e metros sobre os bairros. Decretado estado de emergência, reconhecido tanto pelo governo do estado como pela União, o município recebe apenas agora, mais de dois anos depois, recursos do Ministério da Integração Nacional para mitigar parte dos prejuízos.
São cerca de R$ 3,6 milhões para duas obras de contenção de erosão - uma nos fundos do Clube Campestre e outra no Conjunto Palmares, exatamente as duas maiores áreas afetadas. O pacote inclui, ainda, a reconstrução de uma ponte na estrada rural do Km 12, levada pelas águas. Dada a proporção dos estragos causados, a ajuda da união não apenas chegou tarde, mas de forma insuficiente, notadamente em relação ao problema das erosões.
Antes do recurso chegar, a prefeitura investiu cerca de R$ 1 milhão do caixa municipal para dar início as obras na região do Palmares, após a erosão ameaçar residências e via pública. As obras de contenção iniciaram em julho do ano passado. Além dos dois pontos que atualmente estão em obras, outros quatro são motivo de preocupação para administração municipal.
Um estudo realizado pela Secretaria de Obras após mapeamento das áreas afetadas apontava, em 2017 - chama atenção o fato de que até então esse levantamento sequer tenha sido feito -, que seriam necessários cerca de R$ 17 milhões para conter o avanço das erosões. É um valor que o município não tem como arcar sozinho.
Essa não é a única herança da chuva que afeta o município e que não foi resolvida. As rachaduras que surgiram em dezenas de moradias no Jardim Tropical durante o período também tiveram que ser resolvidas pelos moradores que, na época, reclamavam da falta de apoio da Defesa Civil. 
O quadro atual é uma lição importante de como pequenos problemas podem tomar enormes proporções se o poder público demorar a dar resposta. As crateras que hoje desafiam a prefeitura não são fruto apenas da chuvas, mas também de anos de negligência em relação à obras de drenagem, que tornaram a rede de galerias pluviais insuficiente para o crescimento da cidade. A conta chegou agora e o município terá dificuldade para pagá-la sozinha.