A situação do Ministério do Trabalho e Emprego, de Apucarana, é absurda. A agência regional foi fechada na semana passada porque o único funcionário de carreira está de férias. Com isso, não há profissionais substitutos para prestar o serviço ofertado.
O fechamento do Ministério do Trabalho pegou muitos responsáveis por departamentos de Recursos Humanos (RH) das empresas da cidade de surpresa. Vários desses profissionais bateram com a porta fechada nos últimos dias quando foram providenciar a homologação da rescisão de colaboradores. Não houve um aviso prévio da interrupção dos serviços. É um desrespeito. Um cartaz escrito à mão informa sobre a “falta de servidores”.
Quem precisou de atendimento, porque seus empregados não têm base sindical em Apucarana, teve que se dirigir a Arapongas ou até mesmo a Londrina. O transtorno, obviamente, gerou muitas reclamações.
O único servidor público lotado entrou em férias no último dia 13. Mais duas pessoas trabalham no local, mas como terceirizados em atividades de segurança e limpeza.
O déficit de servidores no escritório do Ministério do Trabalho de Apucarana é um problema antigo. No entanto, a situação chegou num patamar inaceitável. Dos três funcionários de carreira da repartição, dois se aposentaram no começo de 2017 e ninguém foi contratado ou transferido para a agência local.
O problema, na verdade, não é restrito a Apucarana. Na agência do Ministério do Trabalho de Arapongas, por exemplo, há também apenas um funcionário que é responsável pela homologação das rescisões, prejudicando o atendimento dos trabalhadores que não tem base sindical no município.
Esse sucateamento do setor público é um reflexo da má gestão e também da corrupção no país. Enquanto bilhões de reais em recursos são desviados, a população que necessita do serviço federal é prejudicada por conta da falta de pessoal. Além disso, precisa “engolir” aumentos de impostos, como agora nos combustíveis, que provocaram na última sexta-feira a disparada de preços nas bombas de todo o país.
A situação do Ministério Trabalho mostra o Brasil que não dá certo. A arrecadação federal é movida por impostos e mais impostos. No entanto, o cidadão não consegue enxergar o destino desse dinheiro, pois a saúde continua precária, o desemprego é enorme e o atendimento público, na maioria dos órgãos federais, é deficiente.