O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou, nesta terça-feira, a reoneração sobre a gasolina de R$ 0,47 e de R$ 0,02 sobre o etanol. A medida foi divulgada na sede da Fazenda, em Brasília, ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Já a Petrobras anunciou que vai reduzir o preço médio de venda da gasolina e do diesel para as distribuidoras a partir desta quarta-feira. No caso da gasolina A, o valor passa de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro, uma queda de R$ 0,13 por litro.
“A reoneração da gasolina será de R$ 0,47, o que com o desconto de R$ 0,13 da Petrobras dá um saldo líquido de R$ 0,34. E a reoneração do etanol será de R$ 0,02, mantendo a diferença de R$ 0,45 centavos. E o diesel, que caiu R$ 0,08 centavos. E, como não há reoneração, estamos falando de uma queda de preço do diesel nessa proporção, pois está desonerado até o final do ano”, disse o titular da Fazenda.
O ministro explicou que o anúncio aguardou a manifestação da Petrobras sobre o preço dos combustíveis. Vale destacar que, com o reajuste, haverá um aumento de R$ 28,8 bilhões na arrecadação neste ano, conforme o anunciado por Haddad em janeiro.
Haddad também destacou que o governo federal tem um “compromisso de recuperar receitas perdidas ao longo do processo eleitoral por razões demagógicas”, e que a medida leva em consideração a sustentabilidade ambiental, uma vez que o etanol é um combustível não-fóssil.
“Para bancar a mudança, haverá uma majoração no imposto de exportação sobre o óleo cru no período de quatro meses”, afirmou.
Após anunciar aumento de impostos sobre combustíveis, o ministro Fernando Haddad disse esperar que a medida leve o Banco Central a reduzir os juros.
Haddad se referiu à taxa básica de juros da economia, a Selic, que vem sendo mantida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central.
Segundo o ministro, as medidas são benéficas para a inflação no médio e longo prazo, o que abre espaço para a queda dos juros. Haddad disse que o próprio Copom reconhece isso, em seus comunicados.
Haddad também argumentou que a reoneração dos combustíveis auxilia o governo a cumprir a meta para as contas públicas no ano, o que também é um fator para os juros caírem, segundo ele.
“Medidas têm foco na queda das taxas de juros no Brasil”, afirmou Haddad. “Esperamos que o Copom reaja como previsto nas atas do Banco Central”, completou.
O ministro afirmou ainda que as taxas de juros no Brasil estão produzindo “malefícios pra economia”. “Existe problema no crédito, problema no horizonte de crescimento da economia, mas país está unido em torno dessa causa, que é redução das taxas de juros”, disse Haddad.