Os presidentes do PSDB, do MDB e do Cidadania deram uma sobrevida ao projeto de unificar os partidos da terceira via ao anunciar na quarta-feira que o nome do candidato que irá liderar a chapa na disputa pelo Palácio do Planalto será definido a partir da análise conjunta de pesquisas quantitativas e qualitativas de opinião encomendadas pelas legendas. A proposta foi debatida em reunião em Brasília, com participação de Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB) e Roberto Freire (Cidadania).
Na prática, o novo critério de escolha prorroga o prazo inicial de 18 de maio para o anúncio do candidato do grupo. Hoje são considerados pré-candidatos ao Planalto a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB). A expectativa dos dirigentes é que o processo seja concluído próximo às convenções, que devem ocorrer entre o fim de julho e a primeira semana de agosto.
O formato ainda precisa ser submetido ao crivo dos demais dirigentes dos três partidos e dos pré-candidatos. No entanto, as siglas afirmaram, em nota, que decisão final será das “instâncias partidárias”, o que amplia pressão sobre Doria.
Diferente de Simone, que tem o apoio integral de Baleia Rossi e consolidou maioria nos diretórios da legenda, o ex-governador paulista enfrenta resistência na bancada tucana e rompeu com Bruno Araújo, que foi retirado da coordenação da pré-campanha.
O entorno de Doria assiste aos movimentos dos caciques partidários com apreensão. Os critérios são considerados por eles vagos. Tucanos avaliam ser, no mínimo, simbólico que a sugestão tenha partido do MDB, que não abre mão da pré-candidatura de Simone Tebet. A bancada tucana já deu aval a Bruno Araújo na negociação com MDB pela escolha do representante da terceira via. (ESTADAO CONTEUDO)