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A arte de reinventar-se na vida

Da Redação

| Edição de 27 de junho de 2024 | Atualizado em 27 de junho de 2024

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Em um mundo em constante transformação, a capacidade de se reinventar tem se tornado uma habilidade essencial. Seja no âmbito pessoal ou profissional, a adaptação às mudanças e a busca por novas oportunidades são fundamentais para manter-se relevante e realizar-se plenamente. Mas afinal, o que é esse reinventar? Aos poucos parece que a gente não cabe em nenhum lugar, como se fossemos uma peça de quebra-cabeça da caixa errada. O problema, que não é nada pequeno, é que às vezes, ao tentar essa encaixar essa “peça”, acabamos perdendo a forma original, nos tornando mais um quadrado igual a todos os outros. 

Não entenda que com isso eu queira dizer que não devamos mudar, mas nem toda caixa vale a nossa mudança, já que com ela vai a nossa sanidade física e mental. Mudar faz parte do jogo da vida, afinal, quem de nós não lembra com carinho da infância onde tudo era bem mais fácil? Na adolescência a gana de crescer e ter independência é misturada com um toque de uma infância que não quer passar. Queremos a liberdade de ir a festas e nos divertir, mas nos encolhemos quando o presente não vem em outubro. 

Fui uma menina muito feliz. Brinquei com primos, aproveitei a casa da vó, fiz ballet, andei de bicicleta e tudo que tinha direito. Aos poucos, cresci e as responsabilidades vieram. Trabalhei, estudei e conquistei muita coisa, a maioria delas o dinheiro não é capaz de comprar. Encontrei o amor da minha vida, casei-me, tive filhos e mais uma vez a vida me fez mudar. É engraçado que a gente só sente a mudança quando ela já ocorreu. Se eu fechar os olhos e sentir profundo, parece que ainda sou a mesma menina que não tinha medo de nada. 

Reinventar-se não significa abandonar quem você é, mas sim evoluir a partir de suas experiências. É um processo de autoconhecimento e de redefinição de objetivos, que exige coragem para sair da zona de conforto e enfrentar novos desafios. Muitos dos grandes sucessos da história foram alcançados por pessoas que, diante de dificuldades, optaram por se reinventar e explorar novos caminhos.

Esse papo de reinventar-se pode ser só um slogan furado se a mudança não vier do movimento que a vida dá, às vezes por sua vontade, outras pelos chutes que te levam adiante. Minha mãe dizia: “é pelo amor ou pela dor”, mas a mudança sempre vem. A gente se incomoda tanto com o que as pessoas podem pensar daquilo que faremos, que muitas vezes deixamos de fazer. E aí, o senhor universo, que é nada mais nada menos do que a vontade de Deus, vem e vira o seu barco, afinal, é só na água que se aprende a nadar. 

Já cansei de tentar ser o centro das atenções, mas não me entenda mal. Fugi dos palcos porque a dança não mais me completava, não é um trauma ou uma lembrança ruim, mas apenas uma fase que precisou dar espaço para o que viria. Gosto demais da atenção e carinho de todos a minha volta, mas aprendi com a vida que nem sempre quem te assiste está ali para te aplaudir. A metáfora da dança não é apenas uma metáfora, pois quando o show acaba é para casa que eu retorno. Sabe o que é o mais interessante de tudo isso? Essa plateia sempre está e estará lá. 

Quer mudar? Quer se reinventar? Entenda que isso deve ser sobre você e tão somente você. Aprenda sim, cresça, seja alguém espetacular, mas faça isso pelos motivos certos. Estude, se aprimore, mas não por causa de alguém ou de uma empresa, pois no fim, você é o seu maior empreendimento. Erre muito se isso significar escolher novos caminhos. Não se prenda ao que te quer sempre da mesma forma ou da forma como eles querem. Evoluir sim, afinal, isso que nos torna humanos, mas não deixe que os outros te digam o caminho.