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Rodolfo Mota começa acertando em seu mandato

Da Redação

| Edição de 02 de janeiro de 2025 | Atualizado em 02 de janeiro de 2025

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Para os que não estão acostumados com meus textos políticos, quero lembrar que sou doutor em História Política e professor, mesmo que tenha preferido falar nos últimos anos sobre temas transversais, como experiências pessoais e emoções. No fim, é impossível não ver prosas e poesias no cotidiano, mesmo que a burocracia tente tornar tudo cinza ou preto e branco. Quando falo de como me sinto sobre as coisas a partir do meu olhar paterno, estendo o meu sentimento a todos, afinal, somos pais e/ou filhos de alguém. Um escrita mais leve que beira a informalidade, não significa ser menos rigorosa e responsável.

O novo prefeito Rodolfo Mota começa o seu mandato com um acerto grandioso: a união. Vi muitos comentários de usuários das redes sociais chamando algumas de suas ações de “grandes acordos” ou “mais do mesmo”. Porém, o que vemos hoje em nosso país, é um verdadeiro Fla x Flu. Não é preciso ser nenhum gênio para ver que qualquer discussão hoje, principalmente nas mídias sociais, é representada por um dicotomia (nós x eles) que não ajuda em nada, pelo contrário, atrapalha todo o processo democrático.

Ao escolher seus secretários, Mota escolheu como seu secretário de cultura o ex-vereador Rodrigo Recife, que foi seu adversário durante a eleição. Essa escolha que para muitos foi um fato de espanto, para mim surgiu com naturalidade após a belíssima campanha de ambos. Lembro com riqueza de detalhes da primeira conversa que tive com Mota após a minha candidatura a vereador pelo MDB ao lado de Recife. Em sua fala, Rodolfo Mota ao invés de criticar negativamente ou apontar fraquezas de Recife, foi gentil ao dizer que era “um bom homem e trabalhador”. Fato esse me marcou positivamente, pois essa também era a postura de Recife em relação a Rodolfo. Após o convite para organizar a festa dos 81 anos de Apucarana, juntamente com Pedro Valim – que foi também candidato a vereador ao lado de Mota -, a certeza veio de que o discurso de Mota não era demagógico, mas fato consumado, coroado com o convite da secretaria.

Talvez estejamos tão acostumados com a prática da política combativa que nos parece estranho essa transição pacífica de gestões. Júnior da Femac, que agora retorna aos seus trabalhos empresariais também demonstrou hombridade e respeito ao novo prefeito estando em todos os momentos que lhe eram convenientes, como posse e as reuniões de transição, sempre com o sorriso característico e o peculiar agitar dos braços em seus cumprimentos. Sem ameaças de um futuro ou previsões de má fé no trabalho de seu sucessor.

Na Câmara de Vereadores, houve uma grande renovação, com novas energias, sem o discurso de base ou oposição, apenas disposição para ajudar nos trabalhos do executivo em benefício da população, como destacou sabiamente Danylo Acioli, que foi eleito como presidente da Câmara. Em um país onde qualquer problema é usado como arma política, onde os interesses pessoais são mais importantes do que o bem comum, é bom ver que começamos com o pé direito.

Não sabemos como realmente serão os próximos quatro anos, mas que essa seja realmente a cara da Apucarana que teremos, com foco em nossa população e suas necessidades. Júnior deixa um legado de obras e foco na educação que não pode ser descartado e, Rodolfo como advogado e professor, começa sua jornada apostando no trabalho coletivo, como um grande seminário universitário onde cada um faz a sua parte e a nota é do grupo. A época que os candidatos trocavam tiros e ameaças ficou para trás (conto isso melhor outro dia), quem tem inimigo é personagem de histórias em quadrinhos, política não precisa ser consenso, mas deve ter respeito.