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Família de motorista carbonizado vive drama para enterrar corpo

Cindy Santos

| Edição de 14 de abril de 2023 | Atualizado em 14 de abril de 2023

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A família de Caio Prado, 61 anos, morto em um acidente de trânsito ocorrido na BR-376, em Apucarana, vive um drama para liberar o corpo do motorista. Caio dirigia um Fusca que pegou fogo após colidir contra um Cruze, na noite da última quarta-feira (12), em trecho da BR-376 próximo ao Distrito de Vila Reis. Com a batida, o Fusca pegou fogo e o corpo do motorista foi carbonizado.

Desde então, o corpo permanece no Instituto Médico Legal (IML) e para conseguir a liberação para sepultamento, é preciso fazer a identificação por arcada dentária ou exame de DNA. A filha de Caio, Miriele Martins Elvira Prado, explica que não conseguiu nenhum laudo odontológico do pai para conseguir liberar o corpo.

“Meu pai usava uma ‘ponte’ dentária e ele trocou. Com esse laudo eu poderia fazer o reconhecimento, só que eu não consegui nada que comprove que ele fez esse tratamento dentário”, explica.

De acordo com Miriele, a identificação pela arcada dentária levaria três dias para a liberação do corpo para o velório e sepultamento. Outra alternativa seria o exame de DNA que, segundo ela, demora de quatro a seis meses para sair o resultado.

“Todo mundo sabe que é o meu pai. O fusca dele era único na cidade. Se não, ele estaria aqui com a gente. Essa demora me deixa inconformada, o descaso, porque meu pai tem 30 anos de Autarquia de Saúde, todo mundo conhece ele aqui na cidade. Eu não quero ver meu pai seis meses no IML para fazer o sepultamento, por isso procuramos um meio mais rápido e pedimos ajuda a um advogado”, conta.

Miliele foi orientada a procurar o Fórum da Comarca de Apucarana e fazer uma declaração para sepultar o pai sem a identificação. Ela conta que levou diversas provas, inclusive, reportagens publicadas em sites locais para mostrar que a notícia da morte dele havia sido confirmada e amplamente divulgada. Ela afirma que o objetivo é agilizar o rito fúnebre - velório e enterro - e depois regularizar a situação perante a lei com o devido reconhecimento com o resultado do exame de DNA. 

“Eu ainda não tive a oportunidade de viver o luto da morte do meu pai. Estou cansada, sem dormir. Tem as irmãs do meu pai que estão na cidade aguardando o sepultamento. Então a gente procurou um meio mais rápido. Eu fiz a declaração pedindo a autorização da juíza, podendo sepultar ele sem identificação e depois a gente regulariza isso. Então eu peço que o judiciário aceite o requerimento e libere o corpo”, solicita. (CINDY SANTOS)