A inflação que alterou o custo de vários produtos e serviços também impactou o ovo de chocolate que este ano está, em média, 15% mais caro em Apucarana. E faltando praticamente um mês para a Páscoa, já é possível encontrar consumidores pesquisando preços nos supermercados da cidade, com expectativa de encontrar o produto com custo mais baixo.
De acordo com profissionais do setor de compras, o aumento tem relação com a cotação do dólar que impacta o preço de commodities como açúcar e cacau, por exemplo, e também nas matérias primas para fabricação de embalagens. O leite, que é outro produto usado para a fabricação, também subiu de preço. Maria Eduarda de Carvalho, responsável pela compra de ovos de chocolate de um supermercado em Apucarana, explica ainda que o atual cenário de guerra na Ucrânia e até a própria pandemia da Covid são fatores que também influenciaram a alta de custo. “O preço dos ovos de chocolate aumentou até 15% no preço de custo. Para o consumidor é a mesma coisa”, comenta.
A profissional de compras também percebeu que o produto está mais escasso na indústria, tanto que comprou 10% menos do que o previsto porque as fábricas não tinham produtos para suprir a demanda. “Esse ano nosso pedido foi menor porque a produção na indústria está menor. Acho que a indústria também está com medo de não atingir a expectativa de vendas, porque muitos consumidores vão deixar de comprar ovos de chocolate porque está mais caro”, observa.
CONSUMIDORES
PESQUISAM PREÇO
A alta no preço dos ovos de chocolate assustou os consumidores que estão percorrendo várias lojas de supermercados, colocando tudo na ponta do lápis para encontrar o melhor preço e a melhor forma de pagamento. “Levo o que custar mais barato”, afirma a auxiliar de serviços gerais Nicelma Santos.
Ontem, ela e a mãe, Ivaldete Santos, foram até um supermercado da cidade cotar valores dos produtos. Nicelma conta que tem três filhos, de 7, 13 e 17 anos, e uma sobrinha de 7 anos, e que todos os anos é acostumada presenteá-los com ovos de chocolate. Contudo, a inflação jogou os preços de algumas marcas nas alturas e pode ser que os filhos mais velhos fiquem sem.
“O preço está absurdo, muito caro. Estou procurando em vários supermercados e se não encontrar preço menor vou comprar apenas para o caçula. Os mais velhos vão ganhar caixa de bombom que é mais em conta”, comenta Nicelma. “Os mais velhos têm como enganar, mas a pequena não”, completa Ivaldete.
E se o preço estiver salgado em todos os estabelecimentos, uma saída é tentar parcelar o preço final. “Tenho quatro sobrinhos e todos eles querem ovos de chocolate que venham com brinquedos. Geralmente esses são os mais caros. Estou pesquisando antes para ver onde está mais barato e também saber se tem como parcelar”, comenta Riccardi.
Ele conta que o preço dos ovos de chocolate o fizeram ficar sem a guloseima no ano passado, por conta dos gastos que teve com os ovos dos sobrinhos. “Adulto fica sem, mas criança não fica”, afirma.