OParaná é o primeiro estado brasileiro a aderir em massa ao Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, iniciativa lançada no final do ano passado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para ampliar os índices de imunização no País. A expectativa é reunir diversas instituições em uma grande campanha para retomar os índices seguros e homogêneos de cobertura vacinal em todo território nacional.
A assinatura de adesão aconteceu nesta sexta-feira (28), em evento no Palácio Iguaçu, e incluiu o Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Tribunal Regional Eleitoral, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação dos Magistrados do Brasil e Prefeitura de Curitiba.
O governador Ratinho Junior afirmou que, a partir de um esforço conjunto, a iniciativa pode contribuir com o Estado e os municípios para que consigam tornar a imunização cada vez mais acessível. “Vacinar é levar a ciência em gota para as pessoas, é promover o acesso universal à saúde, algo que poucos países fazem e o Brasil sempre foi referência”, disse.
“E precisamos conscientizar as pessoas sobre a importância da imunização, porque isso acabou virando uma questão ideológica que fez com que muitas pessoas deixassem de se vacinar. É preciso que todos tenham consciência da importância da vacina para se proteger, porque ela existe para salvar vidas”.
Uma das propostas do Pacto Nacional é promover amplas campanhas de comunicação buscando a adesão da população ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A ideia é conscientizar os brasileiros sobre a importância, segurança e eficácia das vacinas e alertar sobre os riscos atuais do retorno de doenças transmissíveis já erradicadas no País, como a poliomelite.
Para isso, o Ministério Público vai trabalhar de forma conjunta com as secretarias estaduais e municipais de Educação e Saúde, Conselhos Municipais de Educação, dos Direitos da Criança e do Adolescente, e de Saúde, além de Conselhos Tutelares, para definir estratégias adequadas de ampliação da cobertura vacinal.
‘Precisamos levar a informação correta’, destaca Beto Preto
O Brasil já foi referência mundial em imunização, graças a ações como o PNI, mas tem observado uma queda na cobertura vacinal nos últimos anos. entre 2019 e 2021, houve redução de 93,1% para 71,49% no índice de crianças brasileiras vacinadas com a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, e de 84,2% para 67,7% na vacinação contra a poliomielite.
No Paraná, os índices também têm reduzido. A cobertura contra a poliomielite, por exemplo passou de 90,5%, em 2015, para 83,25% em 2022. No mesmo período, a aplicação da BCG, que protege contra a tuberculose, reduziu de 101%, vacinando mais do que a população prevista para aquele ano, para 87,5% no ano passado.
A assinatura do pacto, ressaltou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, representa uma união de esforços para retomar os bons índices de imunização.
“A ciência gerou a vacina e ao longo de décadas, tivemos êxito no combate de diversas doenças. Mas de uns anos para cá o movimento antivacina cresceu de maneira inclusive delinquente, divulgando informações falsas que têm gerado dúvidas na população. Por isso precisamos levar a informação correta, porque corremos o risco de doenças como a poliomielite e o sarampo retornem e gerem péssimas consequências”, ressaltou Beto Preto.