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Polícia identifica autores de latrocínio; um é preso e outro morre em confronto

Adriana Savicki

| Edição de 22 de março de 2023 | Atualizado em 22 de março de 2023
Imagem descritiva da notícia Polícia identifica autores de latrocínio;
um é preso e outro morre em confronto

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Dois moradores de rua, usuários de crack, foram apontados pela Polícia Civil de Apucarana como autores do latrocínio que vitimou o casal Armando Guarnieri, de 79 anos, e a companheira dele, Maria de Lourdes, de 65 anos. Os idosos foram espancados em casa na madrugada do último dia 15, no Jardim Paulista. Um dos suspeitos foi preso durante a tarde pela Polícia Militar, outro foi morto em um confronto com policiais militares ao resistir à prisão na noite de ontem.

A identificação dos suspeitos - Gustavo Henrique Palhinha da Rocha, de 23 anos e Renan Anderson da Silva, de 24 anos - foi feita a partir de imagens de várias câmeras de segurança que flagraram os dois circulando por ruas da vizinhança carregando uma mala com os pertences das vítimas. O crime completou ontem uma semana.

A imagem dos suspeitos - contra os quais foram expedidos mandados de prisão - foi divulgada no final da manhã pelo delegado chefe Marcus Felipe da Rocha Rodrigues. A partir da divulgação, inúmeras denúncias chegaram até a polícia levando inicialmente à prisão de Gustavo, localizado pela Polícia Militar na região do Jardim Casa Grande, entre as Ruas Pedro Xavier com Sá Barreto. 

Denúncias também levaram as equipes policiais, no final da tarde, até a região Parque Bela Vista, onde foi localizado Renan Anderson da Silva. Segundo a polícia, ele foi encontrado na Vila Apucararinha e fugiu para uma região de mata nos fundos do Residencial Texas. Quando foi encontrado, perto de um córrego, segundo a PM, ele sacou uma arma de fogo e atirou em direção à equipe, que revidou.

“Nosso objetivo era a prisão, mas infelizmente não foi possível. As denúncias que recebemos já tinham nos informado que ele estava bastante alterado”, afirmou o tenente Andrey Shevchuk, destacando o apoio da população com as denúncias. “Foram inúmeras ligações”, afirmou. 

Horas antes da prisão de Gustavo e da morte de Renan, a Polícia Civil havia dado detalhes sobre o crime. “Analisamos diversas horas de imagens de câmeras de segurança. Imagens ao redor da casa até a Avenida Minas Gerais, na ‘biqueira’ onde o celular das vítimas foi levado. A polícia está convicta que eles entraram na casa das vítimas por volta das 0h50, ficaram lá até quase 3 da madrugada”, disse o delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP), Marcus Felipe da Rocha Rodrigues. 

No dia do crime, um jovem, de 18 anos, foi preso suspeito de envolvimento no latrocínio, porém, a participação dele foi descartada. Ele foi detido após a polícia rastrear o celular das vítimas em um endereço conhecido como ponto de venda de drogas e interrogar o proprietário dessa casa, que relacionou o rapaz ao celular. 

“O traficante que indicou ele como autor pode responder por falso testemunho, pois ele nos disse que o celular das vítimas foi levado até a biqueira por esse jovem”, comenta, acrescentando que a polícia também investiga um ex-inquilino do casal de idosos, que está preso por envolvimento em um assassinato para saber se ele teria alguma relação com os suspeitos. (COM REPORTAGEM SÍLVIA VILARINHO E LIS KATO) 

Idosos não resistiram ao assalto, diz polícia

Na noite de ontem, o delegado-chefe Marcus Vinícius da Rocha Rodrigues deu detalhes sobre o depoimento prestado por Gustavo Henrique Palhinha da Rocha após a prisão.

Segundo o delegado, o suspeito confessou participação no crime e apontou o comparsa como o autor intelectual do latrocínio. Em depoimento, ele afirmou, ainda, que o casal não resistiu ao assalto.

“Inicialmente eles tentaram se passar por policiais para que os dois abrissem a porta, mas como os idosos não cederam, eles acabaram arrombando”, comentou. Os dois foram agredidos com chutes e socos. “No início acreditamos que eles tinham usado algum objeto nas agressões, mas Gustavo afirma que não”, comenta.

Armando e Maria de Lourdes foram mortos por causa de um celular, um relógio, R$ 150 em dinheiro e chocolates. Segundo o delegado esses objetos é que foram levados da casa. Tudo o que foi levado, segundo o depoimento, foi trocado por drogas. 

Para o delegado, o uso de drogas está diretamente ligado com o latrocínio. “Um crime grave, de idosos espancados, que chocou a todos nós, mas que foi elucidado”, comenta.