A ceia de Natal ficará mais cara este ano. Com a alta do dólar, produtos tradicionais tiveram alta de mais de 150% do ano passado para cá. Os alimentos que ficaram mais caros na mesa foram o azeite de oliva, com aumento de 157%, e o panetone, que subiu 50%. Os valores foram obtidos através da comparação de duas pesquisas realizadas pela Tribuna. A primeira, no dia 4 de dezembro de 2014 e a segunda na tarde de ontem.
No Natal do ano passado, o azeite de oliva da marca portuguesa Gallo era comercializado nos principais supermercados apucaranenses custando em média R$ 8,86. Já na pesquisa de ontem, a média de preços ficou em R$ 22,80, alta de 157%.
Já o panetone Bauducco de 500 gramas tinha preço médio de R$ 11,31 no Natal de 2014. Doze meses depois, o produto é vendido em média a R$ 16,93, crescimento de 50%. A azeitona também ficou mais cara. O pote de azeitonas verdes com caroço da marca Vale Fértil, que antes custava R$ 5,18, agora vale R$ 6,42 em média. Isso representa uma alta de 24%.
O último valor divulgado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é de outubro, apontando uma inflação real de 10,33% no acumulado dos 12 meses anteriores. Se a inflação ficou pouco acima dos 10%, o que justifica os aumentos de mais de 150% nos produtos? Parte da resposta está no dólar. A moeda americana custava R$ 2,56 no dia 4 de dezembro de 2014. Ontem, o dólar fechou a R$ 3,84, valor 50% acima do praticado no ano anterior.
Tanto o azeite de oliva quanto as azeitonas são estrangeiras, precisando ser importadas em dólar para o mercado brasileiro. Já o panetone utiliza produtos de fora, como as frutas cristalizadas e a farinha de trigo. Outro fator que pesa nos preços é o aumento dos custos de transporte, sobretudo de produtos importados.
A pesquisa realizada na tarde de ontem pela Tribuna abrange cinco supermercados de Apucarana e dois de Arapongas mostra ainda que pesquisar preços é uma boa de forma de economizar em tempos de crise. O panetone, por exemplo, não está só mais caro, mas também apresenta uma das maiores variações da pesquisa. O preço entre mercados chega a oscilar até 46,2%. Já o chocotone registrou variação de 40%. Tradicional na ceia de Natal, o peru tem variação de 26% e o chester, 33%.
Os consumidores já perceberam a alta. A dona de casa araponguense Erica Yamada disse que costumava antecipar a compra do panetone, mas este ano a família só vai apreciar o alimento tradicional após a ceia. “Pretendo gastar menos do que no ano passado. Antes na minha casa a gente comia panetone o mês inteiro. Neste ano não comprei ainda e vou deixar para o dia do Natal mesmo”.
Economia também é lema na casa da araponguense Maria Aparecida Sanpedro. Com os produtos natalinos mais caros, ela disse que cortou da lista os supérfluos. “Tudo está muito caro, e não tem outra maneira de economizar mais a não evitar gastos desnecessários”.