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Região tem saldo de 3,6 mil empresas criadas em 2024, aponta o Jucepar

Ana Quimelo

| Edição de 10 de janeiro de 2025 | Atualizado em 10 de janeiro de 2025

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Dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) mostram que os 26 municípios do Vale do Ivaí mais Arapongas tiveram saldo de 3,6 mil empresas criadas em 2024. O número é 10% menor na comparação com o ano anterior.

O saldo é calculado a partir da diferença entre o número de novos registros de empresas (8.458) e baixas (4.858). Em 2023, a região contou com mais de 4 mil novas empresas.

Conforme dados da Juncepar, os melhores desempenhos regionais foram os municípios de Arapongas e Apucarana, respectivamente. Arapongas obteve saldo de 1.360 novos empreendimentos. No total, foram registradas 2.860 aberturas e 1.500 baixas na cidade. Já Apucarana, o maior município da região, obteve o segundo maior saldo regional de novas empresas: 1.131, a partir de 2.767 aberturas e 1.636 baixas.

Em ambas as cidades, a maior parte dos novos CNPJs criados em 2024 são de Microempreendedores Individuais (MEIs), com mais de 70% cada – Arapongas (71,1%) e Apucarana (76,4%). Na região, entre 6.391 aberturas e 3.755 baixas, os MEIs fecharam o ano com saldo total de 2.636, o que corresponde a 73,2% do saldo geral de empresas. Da mesma, forma, os MEIs foram destaque em todo o Paraná, com percentual de 73% das aberturas.

Conforme Tiago Cunha, consultor do Sebrae/PR, a expressiva abertura de MEIs nos últimos anos reflete um movimento importante de formalização, busca por novas oportunidades, além do surgimento de novos modelos de negócio e autonomia profissional. “Muitos optam por empreender como MEI devido à facilidade de abertura, custos reduzidos e a possibilidade de transformar talentos e habilidades em negócios viáveis”, explica.

“Atualmente, percebemos um cenário de crescimento equilibrado, com os empreendedores locais se destacando tanto no comércio tradicional quanto no digital. Há uma busca por inovação, aproveitando tecnologias e recursos acessíveis para melhorar produtos e serviços”, acrescenta o consultor.

PARANÁ

O Paraná fechou com saldo positivo de 133.659 empresas, número 5% maior do que o registrado em 2023 (126.600). Foram 303.048 novos registros de negócios e 169.389 baixas. Em 2023 foram abertas 277.636 empresas e fechadas 151.036.

O relatório da Jucepar ressalta que o total de 303.048 novas empresas abertas em 2024 representam uma média de 828 novos empreendimentos por dia, 9% a mais que em 2023, quando a média foi de 761 novos empreendimentos por dia.

Opção pelo empreendedorismo

A moradora de Apucarana Tatiane Lenis Sirachi Hilário de Carvalho decidiu deixar o trabalho com carteira registrada para se aventurar no empreendedorismo digital.

Gerente administrativa por 17 anos em uma empresa de transportes e logística, ela trocou a mesa do escritório pelo conforto de casa. A Papelaria Guadalupe surgiu em maio de 2024, quando a nova empreendedora abriu um MEI. Através das redes sociais, Tatiane consegue conciliar o trabalho com a família. “Decidi abrir a papelaria virtual para poder ficar mais com minha família e cuidar do meu esposo e dos meus filhos”, pontua. Além de garantir uma nova realidade de vida e tempo de qualidade com os filhos, a formalização do CNPJ foi essencial para a papelaria, já que marcas renomadas de materiais escolares só vendem produtos para pessoas jurídicas. “Tive que abrir o MEI para poder comprar produtos de qualidade. Por exemplo, Tilibra e Faber Castell só vendem para quem possui CNPJ”, explica.

A nova empresária de Apucarana se diz satisfeita e realizada com a oportunidade de empreender conquistada no último ano. A decisão foi tomada em conjunto com o marido, o advogado Miiller Adonai de Carvalho, e garantiu à apucaranense a oportunidade de “voltar ao lar e cuidar da família”.

“É muito importante ter um MEI ativo”, diz apucaranense

A manicure Cintia Cruz, de Apucarana, também decidiu empreender em 2024. Ela divide o estúdio com a prima Fernanda Claudino, que é massagista e design de sobrancelha.

“Antes de ser manicure, eu era CLT. Trabalhei em indústrias de Apucarana como encarregada de produção, como auxiliar de produção, entre outras funções. Por conta de problemas pessoais e por optar em ter um tempo maior para me dedicar ao meu futuro e à família, escolhi ser empreendedora”, revela.

Cintia conta que o começo é difícil. “Abri o MEI no segundo semestre do ano passado. Acredito que para ser ter um futuro promissor temos que estar dentro das legalidades estabelecidas. É muito importante ter um MEI ativo e acredito que isso facilita muito a vida da empreendedora”, pontua.

Os benefícios são muitos, afirma, como ter sua própria conta com seu CNPJ, onde é possível ter um controle financeiro do seu próprio empreendimento.

Ela está otimista com o futuro. “Sei que tenho muita coisa a aprender ainda, tenho planos futuros e tenho fé em Deus que vou realizá-los . E com muita dedicação e força divina vou chegar aonde desejo. O principal é não parar de estudar, de se aperfeiçoar. Adoro fazer cursos na minha área para dar o melhor para minhas clientes”, completa.