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Tecnologia muda vida de aluna deficiente visual de Jardim Alegre

Da Redação

| Edição de 12 de dezembro de 2025 | Atualizado em 12 de dezembro de 2025

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A estudante Sofia Fabi  Carlos, de 10 anos, deficiente visual, que mora no distrito de Jardim Florestal, em Jardim Alegre, encontrou na tecnologia um apoio para realização de tarefas e para se situar no mundo. A menina recebeu recentemente um óculos digital Ray-Ban Meta Geração 2 do Rotary Club da cidade. A entrega ocorreu duas semanas antes do aniversário dela, comemorado na próxima terça-feira (16). A ferramenta deve ampliar a autonomia da menina, que perdeu os dois globos oculares ainda bebê.

Segundo a presidente do Rotary, Mônica Alice Prestes Nalin, os óculos contam com assistente de voz, câmera que descreve ambientes, faz a leitura de textos e orientação em tempo real. Além disso, os alto-falantes embutidos permitem que Sofia escute as informações sem precisar de fones de ouvido.

Para ajudar no uso do equipamento, a rotariana e formanda em psicologia Elloisy Pedroso dos Santos acompanhou Sofia por dois dias de treinamento. Segundo Elloisy, Sofia demonstrou interesse desde o início. A menina se conectou rapidamente com o dispositivo.

Houve um período de adaptação, primeiro: dois dias de treino inicial. Depois, mais três dias para que Sofia se acostumasse a usar os óculos em casa e na escola. Segundo a rotariana, “Sofia agora demonstra segurança e domínio sobre o dispositivo”.

A merendeira Tatiana Ferreira Mariano contou que Sofia, antes muito tímida e pouco interativa na escola, mudou de comportamento após ser informada sobre os óculos com inteligência artificial. Segundo Tatiana, a estudante passou a ir sozinha ao parquinho para brincar com outras crianças. “Ela nunca tinha feito isso”, afirmou a merendeira, emocionada ao ver a menina mais confiante. Para ela, “só de saber que teria os óculos, ela já mudou”, e agora Sofia demonstra mais segurança nas atividades diárias.

A professora Helena Adelaine Laczkowski relatou que Sofia está mais motivada e participativa nas atividades. Ela tem se mostrado mais curiosa e interessada em interagir com colegas e professores. “É como se ela tivesse descoberto um novo horizonte e agora segue confiante, desenvolvendo a própria autonomia.”

“Elizangela Moura Fabi, mãe da Sofia, reforçou a rapidez da adaptação. ‘Está sendo bem positivo lá em casa. Primeiro ela estava um pouco insegura, mas agora já pegou prática e está usando o equipamento normalmente.’ Ela destacou ainda que os óculos ajudam a menina em tarefas do dia a dia, como identificar cores das roupas. ‘É bem bom, vai ajudar bastante ela. Além disso, está aprendendo Braile com o próprio dispositivo”.

Além da entrega dos óculos, o clube já havia viabilizado recursos para a confecção de próteses oculares. As próteses não devolvem a visão, mas mantêm a simetria do rosto, protegem a cavidade ocular, evitam deformações da pálpebra e melhoram a estética. Em crianças, também ajudam no desenvolvimento ósseo da região.

Sobre as próteses oculares, a mãe explicou que elas já estão quase prontas. Sofia está usando moldes conformadores para garantir o encaixe correto e o conforto na futura colocação, que deve ocorrer em breve.

Elizangela aproveitou para agradecer ao Rotary Club pelo apoio e por viabilizar os óculos e as próteses. “Tudo isso está transformando a vida da Sofia. Agora ela se abriu mais, interage com as pessoas e participa das atividades com confiança”, disse a mãe, ressaltando a importância do acompanhamento do Rotary e dos profissionais e professores envolvidos.