Aguardado por grande parte da população, o fim do ano nem sempre surte o efeito desejado quando o assunto é a saúde mental. Um estudo da International Stress Management Association (Isma) revela que 80% das pessoas economicamente ativas apresentam níveis maiores de estresse, ansiedade e até depressão nesta época do ano.
Segundo a psicóloga Letícia Noronha Correia, de Apucarana, essa sensação é popularmente chamada de “síndrome de fim de ano” e está relacionada ao sentimento de ansiedade, angústia e sintomas depressivos. “Não há um diagnóstico desta síndrome, no entanto tem-se visto que é algo em comum em muitas pessoas nesta época do ano”, diz.
De acordo com ela, os fatores que podem despertar estes sintomas estão relacionados a sensação de não ter cumprido metas e também pela expectativa do que está por vir. Entre as estratégias para evitar os sentimentos de depressão, ansiedade e solidão que o encerramento de um ciclo e o início de outro podem provocar, ela orienta revisar o que passou e traçar metas e objetivos claros para o ano que vai começar.
Embora nos livros de literatura psiquiátrica e de psicologia não constem esse tipo de síndrome, o psicólogo apucaranense Gleydson Reis afirma que sentir tristeza nesta época do ano é considerado normal, devido a sensação de encerramento de um ciclo.
“A vida do ser humano é baseada em ciclos, como o ciclo aniversário, ciclo da segunda-feira e o ciclo do fim do ano. Essa época desperta muitas memórias afetivas. É muito difícil encontrar alguém que não tenha perdido uma pessoa importante, que não tenha terminado um relacionamento que fez a diferença. Essa é uma época de reflexão que traz sensações que não são tão boas e tudo aquilo que pensamos gera um sentimento que será externalizado de alguma forma”, explica.
Reis, entretanto, considera esses episódios como casos pontuais e não depressivos e ansiolíticos. (CINDY SANTOS)