POLÍTICA

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Governo Bolsonaro propõe moeda única para toda América do Sul

Agência Brasil

| Edição de 08 de junho de 2019 | Atualizado em 25 de janeiro de 2022

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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), confirmou ontem que o governo quer uma moeda única para toda a América do Sul. A proposta foi apresentada anteontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para Bolsonaro, um primeiro passo já foi dado para se ter uma moeda única entre Brasil e Argentina, que se chamaria “peso real”.

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Segundo Bolsonaro, a ideia é começar pelo Brasil e Argentina, que são os maiores países sul-americanos, e depois expandi-la para outras nações, se elas desejarem.
“Uma família começa com duas pessoas. A ideia foi lançada na Argentina. O que ouvi o Paulo Guedes dizer é que ele gostaria que outros países se preocupassem com isso e quem sabe fazer uma moeda única aqui na América do Sul”.
Segundo o presidente, a nova moeda pode representar perdas e ganhos, mas, de um modo geral, o país tem muito mais a ganhar do que perder. Ele disse que a moeda única pode travar aventuras socialistas na América do Sul.
Bolsonaro disse esperar que o Mercosul consiga fechar ainda este ano um acordo comercial com a União Europeia. E demonstrou preocupação com uma possível eleição de Cristina Kirchner no próximo pleito presidencial argentino.
“Obviamente existe uma preocupação de todos que são amantes da democracia e da liberdade dos destinos que porventura a Argentina possa tomar”, disse durante cerimônia de formatura de sargentos da Marinha, no Rio de Janeiro.
“BAITA AVANÇO”
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse ontem que o plano de se criar o “peso real”, moeda única para Brasil e Argentina, é algo ainda embrionário, mas que representaria um “baita avanço”.
Em encontro com empresários na quinta-feira, em Buenos Aires, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes (Economia) falaram sobre a ideia. O tema já teria sido discutido com o ministro da Economia de Mauricio Macri e o idealizador do plano, Nicolás Dujovne.
Mourão disse que não estava na reunião em que o assunto foi discutido e que Guedes “é quem entende mais disso aí”.
“É óbvio que, se houver possibilidade de ser factível isso, é um baita de um avanço, né? Você vê: a União Europeia tem sua moeda única, que é o euro. Se nós chegarmos aqui, na América do Sul, a um passo desse, acho que seria bom pra todo mundo”, disse Mourão.
Desde que o Mercosul foi criado, os países do bloco aventam a possibilidade de criar uma moeda comum, mas nenhuma iniciativa nesse sentido foi concretizada devido às diferenças de políticas cambiais dos membros.
Neste momento, porém, os únicos que estariam negociando a nova moeda seriam Brasil e Argentina, deixando de fora, por enquanto, Uruguai e Paraguai.
Mais cedo ontem, no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse que a criação da moeda única pode ser uma trava a “aventuras socialistas” no continente. 
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a proposta em uma rede social. “Será? Vai desvalorizar o real? O dólar valendo R$ 6? Inflação voltando? Espero que não.” 
Indagado sobre a crítica de Maia, Mourão disse ser contra descartar a ideia.
“Isso é uma coisa embrionária, né? Quais são os fundamentos? Eu acho leviano, por exemplo, de minha parte dizer ‘isso não serve, isso não presta’. Eu não sei quais são os fundamentos”, afirmou Mourão..