Privacidade, esse artigo raríssimo num mundo onde todo mundo se despe – às vezes literalmente – nas vitrines das redes sociais, como se a vida fosse um eterno desfile de reality show. Porque, claro, se você não compartilha o que comeu no café da manhã, sua existência perde o glamour, não é mesmo? Mas aqui vai um choque de realidade: você tem o direito de guardar seus segredos. É isso mesmo, pode parecer ultrajante em meio ao espetáculo global de egos, porém, você não é obrigado a expor sua vida como mercadoria de liquidação.
Privacidade não é capricho; é sobrevivência. Todos temos histórias, escolhas e gostos que não precisam de holofotes. E sabe o que? Tudo bem se o que é valioso para mim não fizer sentido para você. A vida não é um espetáculo em que o público decide se você avança para a próxima fase. Então, que tal começar a respirar sem precisar de curtidas para validar o oxigênio que consome?
E agora, a cereja do bolo. Um mendigo pede uma esmola. Você, o filósofo do bom senso, retruca: “Por que não arruma um emprego?” Uau, você acaba de ganhar o prêmio Nobel da empatia! Nesse instante, você invadiu a privacidade alheia como um rinoceronte em loja de cristais. Ele apenas pediu uma ajuda, não um TED Talk de carreira. A sua única missão era decidir: dá ou não dá a esmola. Todo o resto é invasão travestida de preocupação.
Privacidade é isso: respeitar o que não te pertence. Quer proteger o seu íntimo? Pare de escavar o dos outros. Enquanto você força confissões ou manipula para arrancar segredos, está proclamando ao mundo que merece o mesmo. Então, ou você respeita e cultiva a sua bolha de paz, ou prepara-se para ser mais um palhaço no picadeiro de aparências e futilidades. Você faz a escolha.