Ao anoitecer, o trecho da BR-369 em Arapongas desaparece na escuridão. Dezenas de postes do sistema de iluminação da rodovia estão com as lâmpadas queimadas e a falta de iluminação transforma o percurso em um ponto de risco para motoristas e pedestres.
Rafael Soares, 30 anos, representante comercial de uma empresa de bebidas, percorre o trecho semanalmente e relata que a situação é precária e perigosa. “Já cheguei até a flagrar, sem iluminação, cavalo na pista. Nós vemos também muitas pessoas e outros animais transitando ali à noite, o que pode causar acidentes. É uma rodovia que não poderia estar assim, ainda mais estando tão próxima às cidades, tendo este movimento”, acrescenta.
O advogado Juliano Massahiro Nishi, 52 anos, utiliza a rodovia uma ou duas vezes por semana para praticar ciclismo à noite. Segundo ele, a falta de iluminação no trecho é resultado de abandono. “Há muitas lâmpadas queimadas e a iluminação instalada pela concessionária Viapar, na época, é muito inferior a feita pela Prefeitura Municipal no trecho que passa por Apucarana”, afirma referindo-se a diferença entre os sistemas de iluminação. No trecho de Arapongas, a iluminação é mais antiga e foi instalada pela Viapar, então concessionária responsável. Já em Apucarana, as luminárias foram instaladas pela Prefeitura.
O advogado destaca que a visibilidade é essencial para evitar acidentes. “Quando a iluminação está boa, conseguimos ver pedras, buracos ou até animais na pista. Sem luz, o risco aumenta, inclusive de assaltos e furtos”, diz.
Para o empresário Lucas Teixeira, 35 anos, que utiliza a rodovia diariamente, a situação ainda é mais grave quando está chovendo. “A falta de iluminação já é um problema, mas nos dias de chuva, é pior ainda. Então, nesses dias, a visibilidade é muito ruim”, comenta.
Procurada pela reportagem, a CCR PRVias, concessionária responsável trecho informa que está em processo de mapeamento das ocupações da faixa de domínio às margens de 569 km de rodovias que fazem parte da responsabilidade da concessionária. De acordo com a empresa, este trecho, em específico, é mais complicado por se tratar de zona urbanizada, com mais ocupações.
“A análise visa definir se a responsabilidade sobre estruturas na faixa de domínio é da concessionária, de terceiros ou de órgãos públicos, conforme o Programa de Exploração de Rodovias (PER) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A PRVias fará a manutenção do sistema elétrico e da iluminação existentes dentro da área que administra e que é responsável”, declara um trecho da nota enviada pela empresa.
No km 194, onde está instalada uma base do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) da CCR PRVias, é possível encontrar postes sem iluminação.
Por sua vez, a Prefeitura Municipal de Arapongas afirma que a CCR PRVias já foi cobrada em relação a este problema e respondeu que irá resolver a situação. “A iluminação está no contrato do lote e não há porque o município gastar com isso”, disse o prefeito Rafael Cita.